Do desejo

III

Colada à tua boca a minha desordem.

O meu vasto querer.

O incompossível se fazendo ordem.

Colada à tua boca, mas descomedida

Árdua

Construtor de ilusões examino-te sôfrega

Como se fosses morrer colado à minha boca.

Como de fosse nascer

E tu fosses o dia magnânimo

Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.

– Do Desejo, Hilda Hilst